sábado, 9 de maio de 2009

Fenomenologia: Pathos

O que é Pathos?

O conceito de pathos traz consigo possibilidades e problemas mais amplos que o sentido de doença, não fazendo parte de um só campo de estudos como a palavra ‘patologia’ indica. O pathos seria compreendido como uma disposição originária do sujeito que está na base do que é próprio do humano. Assim, o pathos atravessa toda e qualquer dimensão humana, permeando todo o universo do ser. Heidegger foi uma das pessoas que mais clareou a idéia de pathos, dizendo que ele faz parte da dimensão filosófica do homem. Para Platão pathos era o fato de ‘espantar-se’.
Pathos é essencialmente dis-posição fundamental, que antecede o conhecer e o querer. A ideia de sentimento, dor, sofrimento nada tem a ver com o conceito originário de pathos. Pathos está no cotidiano cultural como algo mais amplo que o da doença. Heidegger diz que remonta a sofrer, aguentar, suportar, tolerar, deixar-se levar por e convocar por. Para ele não era espanto, mas certeza. Essa dis-posiçao se torna muitas vezes o elemento motor, o sopro da vida de toda uma existência. Tudo que envolve a dimensão phática envolve o entendimento do que é estruturante de toda e qualquer destinação humana possível.
Pathos é paixão humana. As paixões passaram a fazer parte das noções psicológicas. Não cabe reduzi-lo a um sintoma, a excepcionalidade do adoecer, do desvio. Antes tínhamos como exagero extremo e hoje temos uma forma mais ampliada. O pathos está na essência mesmo do ser humano e não só na excepcionalidade do adoecer.
O homem é um animal phático. Segundo Nietzsche, o homem é um animal doente. O doente aqui no sentido de pathos, sofrimento; pois basta estar vivo.
O sofrimento é uma parte integrante da existência humana. É mais que uma parte, ele a marca, a posiciona. Ele está aí e não escapamos dele. Pode-se atravessar a vida ser ter ficado doente, mas não se pode atravessar a vida sem sofrimento. A partir do sofrimento humano se abre a porta para o pático e não do patológico!